Maurício Werner
Educação nas veias do turismo
Nesse campo, ela precisa ser pensada para muito além do que se estuda na escola
Estamos vivendo uma época notável para o empreendimento do ensino de Turismo. O Brasil revelou-se, afinal, com essa vocação plena a partir de um desenvolvimento econômico promissor.
O turismo moderno pôs termo à solução de continuidade que, até bem pouco tempo, era admitida entre a matéria (o guia) e o movimento (a viagem). O turismo equilibrou-se dentre as muitas disciplinas formadoras de conhecimento, a desdobrar-se em aspectos educativos absolutamente amplos e diversificados.
Em educação, o Turismo que se quer ver prevalecer é o que concatena e se transforma mutuamente, a mercê de determinadas e especificas exigências de mercado.
A educação que imagina poder gozar de repouso total porque forneceu, nos bancos escolares, instrumentos educacionais básicos modestos está equivocada. Não há equilíbrio absoluto, diz a Física. Só o movimento -- forma de existência da matéria_ é absoluto e, por analogia à Física, o turismo requer o impulso interior que reside, justamente nas contradições, na unidade e na luta dos contrários.
O turismo passeia pelo ecológico, religioso, étnico, social, aventura e muitos outros . Agrega povos e instrui sobre os costumes.
A educação turística precisa ser pensada para muito além do que se estuda na Escola. Em termos educacionais, cada fenômeno da aprendizagem deve ser considerado em seu movimento contínuo e dinâmico, em favor da aplicabilidade funcional de desenvolvimento e da transformação, ao longo do processo universal, eterno e irresistível de complexidade crescente em seus infinitos desdobramentos.
Claparède já dizia em Genebra, em 1926, que a educação é um processo de adaptação progressiva do indivíduo ao seu habitat, visando a melhor forma de integração. Toda educação, em vários níveis e modelos, está submetida ao princípio da dependência em relação à estrutura social, seja a da sociedade, seja a do Estado, que, por sua vez, está condicionado ao nível das forças produtivas e à dinâmica das relações de produção, historicamente determinadas.
Cada formação social tem um caráter peculiar que impõe uma forma adequada de educação. Educar é, numa palavra, socializar, enquanto fenômeno social. Em consequência, não podemos falar de educação se ela não for entendida como o esteio da estrutura política- econômica- social.
O turismo é interdisciplinar bem antes de formar-se técnicos profissionais que pretendam atuar nas áreas dessa atividade.
Para manter-se o vigor de um processo educacional eficiente é necessário reconhecer que toda profissão se tornará mais fortalecida quando se compuser de profissionais formados por orientadores, com maestria plural.
Toda educação é propedêutica e serve de introdução ao Turismo, como o entendemos hoje. Ela deve ser propiciadora do despertar de habilidades intelectuais que reúnam forma, conteúdo e uso, pois só se constrói a teoria de aquisição de conhecimento com base no foco desse conteúdo.
Ora, o conteúdo, em nossos dias, evoca as demandas de mercado e dentre essas necessidades, o turismo, por excelência, requer, dada sua abrangência, conhecimentos vastos e aprofundados do mundo.
Não se pode esperar que um educando atinja a um Curso de Turismo na Faculdade para que então, haja a iniciação do pensamento turístico. Se o aluno optou por este curso, os estudos preliminares ligados à sua formação, desde a infância, precisariam implementar, ainda que informalmente, noções que estão intrinsecamente ligadas ao Turismo.
Quando uma criança do pré-escolar chega à casa exibindo uma estrela dourada no peito porque foi a que mais recolheu resíduos no pátio da escola, ela não sabe ainda, mas os pais deveriam sabê-lo, que essa iniciativa escolar acertada vai contribuir para o turismo ecológico, por exemplo.
O estudo do Turismo é, sem sombra de dúvida, cultura indispensável, quando aliada e alinhada às robustas noções técnicas de planejamento, de marketing, de informática, de indústria, de comércio, assim como a um extenso e sedimentado conhecimento geral que inclui desde as tendências modernas hoteleiras até a terminologia técnica ligada ao Turismo.
Por isso, antes de tudo, com absoluta prioridade, o profissional desta área precisa reunir na sua bagagem intelectual a expressão verbal perfeita, tantas vezes negligenciada por muitos profissionais que desprezam a importância do bom uso da língua materna para a comunicação.
O profissional de Turismo legalmente habilitado poderá atuar em múltiplos setores do mercado de trabalho. Justamente porque a atividade turística faz-se transdisciplinar, ela exige, em consequência, um aculturamento sedimentado que o auxilia no exercício da profissão, em qualquer situação em que seja cabível sua atuação.
O grande desafio é o de formar profissionais do Turismo atrelados às entidades governamentais que possam apoiar e incrementar grandes eventos capazes de contribuir para a economia e para a criação de empregos diretos ou indiretos.
Esta década é sem dúvida a maior esperança do setor turístico no Brasil, segundo Peter Drucker, a melhor forma de imaginarmos como será este futuro, será construindo ele!
Mauricio Werner é o professor da UniverCidade e diretor da empresa de consultoria Planet Work (www.profmauriciowerner.com.br)
Nesse campo, ela precisa ser pensada para muito além do que se estuda na escola
Estamos vivendo uma época notável para o empreendimento do ensino de Turismo. O Brasil revelou-se, afinal, com essa vocação plena a partir de um desenvolvimento econômico promissor.
O turismo moderno pôs termo à solução de continuidade que, até bem pouco tempo, era admitida entre a matéria (o guia) e o movimento (a viagem). O turismo equilibrou-se dentre as muitas disciplinas formadoras de conhecimento, a desdobrar-se em aspectos educativos absolutamente amplos e diversificados.
Em educação, o Turismo que se quer ver prevalecer é o que concatena e se transforma mutuamente, a mercê de determinadas e especificas exigências de mercado.
A educação que imagina poder gozar de repouso total porque forneceu, nos bancos escolares, instrumentos educacionais básicos modestos está equivocada. Não há equilíbrio absoluto, diz a Física. Só o movimento -- forma de existência da matéria_ é absoluto e, por analogia à Física, o turismo requer o impulso interior que reside, justamente nas contradições, na unidade e na luta dos contrários.
O turismo passeia pelo ecológico, religioso, étnico, social, aventura e muitos outros . Agrega povos e instrui sobre os costumes.
A educação turística precisa ser pensada para muito além do que se estuda na Escola. Em termos educacionais, cada fenômeno da aprendizagem deve ser considerado em seu movimento contínuo e dinâmico, em favor da aplicabilidade funcional de desenvolvimento e da transformação, ao longo do processo universal, eterno e irresistível de complexidade crescente em seus infinitos desdobramentos.
Claparède já dizia em Genebra, em 1926, que a educação é um processo de adaptação progressiva do indivíduo ao seu habitat, visando a melhor forma de integração. Toda educação, em vários níveis e modelos, está submetida ao princípio da dependência em relação à estrutura social, seja a da sociedade, seja a do Estado, que, por sua vez, está condicionado ao nível das forças produtivas e à dinâmica das relações de produção, historicamente determinadas.
Cada formação social tem um caráter peculiar que impõe uma forma adequada de educação. Educar é, numa palavra, socializar, enquanto fenômeno social. Em consequência, não podemos falar de educação se ela não for entendida como o esteio da estrutura política- econômica- social.
O turismo é interdisciplinar bem antes de formar-se técnicos profissionais que pretendam atuar nas áreas dessa atividade.
Para manter-se o vigor de um processo educacional eficiente é necessário reconhecer que toda profissão se tornará mais fortalecida quando se compuser de profissionais formados por orientadores, com maestria plural.
Toda educação é propedêutica e serve de introdução ao Turismo, como o entendemos hoje. Ela deve ser propiciadora do despertar de habilidades intelectuais que reúnam forma, conteúdo e uso, pois só se constrói a teoria de aquisição de conhecimento com base no foco desse conteúdo.
Ora, o conteúdo, em nossos dias, evoca as demandas de mercado e dentre essas necessidades, o turismo, por excelência, requer, dada sua abrangência, conhecimentos vastos e aprofundados do mundo.
Não se pode esperar que um educando atinja a um Curso de Turismo na Faculdade para que então, haja a iniciação do pensamento turístico. Se o aluno optou por este curso, os estudos preliminares ligados à sua formação, desde a infância, precisariam implementar, ainda que informalmente, noções que estão intrinsecamente ligadas ao Turismo.
Quando uma criança do pré-escolar chega à casa exibindo uma estrela dourada no peito porque foi a que mais recolheu resíduos no pátio da escola, ela não sabe ainda, mas os pais deveriam sabê-lo, que essa iniciativa escolar acertada vai contribuir para o turismo ecológico, por exemplo.
O estudo do Turismo é, sem sombra de dúvida, cultura indispensável, quando aliada e alinhada às robustas noções técnicas de planejamento, de marketing, de informática, de indústria, de comércio, assim como a um extenso e sedimentado conhecimento geral que inclui desde as tendências modernas hoteleiras até a terminologia técnica ligada ao Turismo.
Por isso, antes de tudo, com absoluta prioridade, o profissional desta área precisa reunir na sua bagagem intelectual a expressão verbal perfeita, tantas vezes negligenciada por muitos profissionais que desprezam a importância do bom uso da língua materna para a comunicação.
O profissional de Turismo legalmente habilitado poderá atuar em múltiplos setores do mercado de trabalho. Justamente porque a atividade turística faz-se transdisciplinar, ela exige, em consequência, um aculturamento sedimentado que o auxilia no exercício da profissão, em qualquer situação em que seja cabível sua atuação.
O grande desafio é o de formar profissionais do Turismo atrelados às entidades governamentais que possam apoiar e incrementar grandes eventos capazes de contribuir para a economia e para a criação de empregos diretos ou indiretos.
Esta década é sem dúvida a maior esperança do setor turístico no Brasil, segundo Peter Drucker, a melhor forma de imaginarmos como será este futuro, será construindo ele!
Mauricio Werner é o professor da UniverCidade e diretor da empresa de consultoria Planet Work (www.profmauriciowerner.com.br)
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