Salmão pode ser primeiro animal transgênico aprovado para consumo humano
DA FRANCE PRESSE
A agência regulamentadora de remédios e alimentos dos EUA, a FDA (Food and Drug Administration), se reúne durante dois dias, a partir desta segunda-feira, para analisar se aprova ou não a venda de peixes transgênicos no mercado. Eles se tornariam os primeiros animais geneticamente modificados a serem consumidos por humanos.
A FDA já dissse que o salmão, com crescimento duas vezes mais rápido do que a espécie convencional, é seguro como alimento.
A aprovação pode abrir precedente para o consumo de uma variedade de outros animais transgênicos, incluindo porcos que estão sendo desenvolvidos no Canadá ou gado que seja resistente à doença da vaca louca.
Se autorizado pelos EUA, consumo de salmão geneticamente modificado pode abrir precedente para outros animais
"O céu é o limite", diz um representante da Associação das Indústrias de Biotecnologia, Davids Edwards.
A empresa AquaBounty submeteu seu primeiro pedido de aprovação à FDA em 1995, mas a agência só decidiu considerar as consequências de animais geneticamente modificados -- uma decisão significativa segundo a indústria da biotecnologia --dois anos atrás.
A engenharia genética já é amplamente usada na agricultura, mas o governo norte-americano não havia considerado a permissão do consumo de animais até o momento.
OPOSIÇÃO
Embora os potenciais benefícios --e lucratividade-- sejam enormes, muitas pessoas se opõem à manipulação do código genético de criaturas vivas.
Os críticos têm duas preocupações: a segurança do alimento para os seres humanos e os efeitos no ambiente.
Como os peixes alterados nunca foram comidos antes, dizem, poderiam causar uma série de alergias, especialmente entre as pessoas cujo organismo não digere alimentos marinhos.
Há também a preocupação de que os peixes poderiam escapar e alterar a população de salmãos selvagens, que já estão em risco, ou poderiam crescer rapidamente e se alimentarem mais, em detrimento do salmão selvagem tradicional.
Um grande número de ambientalistas e grupos de consumidores argumentam que estudos adicionais são necessários, e que o atual processo de aprovação da FDA é inadequado, porque permite às companhias manter informações secretas.
Fonte:
Folha de São Paulo
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