terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Hotéis Símbolos - Décadas de glamour e hospitalidade

Hotéis Símbolos - Décadas de glamour e hospitalidade 
Por Ari Giorgi*

Ari Giorgi

Hotéis símbolo. Na linguagem atual, hotéis ícones. Em sua maioria hotéis de luxo, independentes e com glamour que sobrevive ao tempo, cuja marca e nome estão fortemente ligados à uma época da história e à cidade onde se localizam, passando até a simbolizá-las, tornando-se um marco internacional. Alguns exemplos: Plaza Athénée Paris (desde 1911); Claridge's em Londres (desde 1812); Waldorf Astoria em Nova York (desde 1893); The Plaza também em Nova York (1907); Copacabana Palace no Rio (desde 1923); Alvear Palace em Buenos Aires (1932); Country Club Lima Hotel, em Lima (1927); Hassler Hotel em Roma (1947); alguns mais novos como o Beverly Hills Hotel em Holywood (1955) e o Fontainebleau em Miami (1954); Hotel Cipriani em Veneza (1958).

Muitos continuam em operação até hoje, como os aqui citados e ainda conseguem manter a glória do passado. Outros decaíram da época do glamour para uma aceitável existência à sombra do turismo global. Mas muitos outros sucumbiram. Fato é que muitos entraram em decadência e de repente ressurgiram fortes, mediante aquisições e parcerias comerciais, atraindo hóspedes e recuperando a imagem do passado. Um exemplo é o The Plaza em Buenos Aires, inaugurado em 1909, e que incorporou a bandeira Marriott há 10 anos, conhecido hoje como Marriott The Plaza Buenos Aires. Como esses hotéis legendários conseguem ainda estar com as portas abertas e disputando o mercado?

Lendo um pouco sobre as suas histórias observamos alguns fatores. Um deles, a preservação da área urbana onde se localiza o hotel, evitando a sua deterioração, quer por competência das prefeituras das cidades, quer por meio de parceria entre o hotel e a administração pública. Outro ponto, uma administração eficiente que se renova, fazendo o hotel se atualizar nas suas instalações e serviços, de acordo com as necessidades e a evolução do mercado, na manutenção da qualidade, na estratégia de comunicação e nas novas formas de distribuição eletrônica - isso sem perder o glamour e a hospitalidade dos velhos tempos. E mais uma coisa muito importante: buscar sempre ser o palco de parte da história recebendo eventos políticos, sociais e empresariais, e promovendo tudo isso por meio de uma permanente visibilidade na mídia.

No Brasil, o Copacabana Palace é o nosso ícone maior. O grupo Orient Express não permitiu que entrasse em decadência e recuperou o produto e a imagem do hotel. Pode correr risco apenas com a visível deterioração da área onde se localiza: Copacabana, que infelizmente já não é mais a "princesinha do mar". Perdemos recentemente o outro hotel-símbolo, encerrando as atividades, o Grand Hotel Ca'd'oro, localizado em São Paulo, fundado em 1953, notável pela exuberante decoração clássica e alta gastronomia, internacionalmente reconhecido, onde se hospedaram reis, rainhas e presidentes. Um excelente "case" mostrando de um lado a deterioração da área e do outro a administração do hotel, que por algum motivo, não acompanhou a evolução do mercado. Outro hotel em São Paulo que começou a despontar como símbolo no final dos anos 70 e na década de 80, mas que perdeu o fôlego no meio do caminho foi o Maksoud Plaza. A arquitetura arrojada, uma excelente estrutura de eventos e variadas opções de gastronomia, além do famoso Clube 150, fizeram do Maksoud um marco de hotelaria no Brasil ao longo de 20 anos.

Cabe perguntar até quando esses hotéis-símbolos irão ainda sobreviver mantendo o glamour e a alta hospitalidade. Dificilmente serão substituídos.

*Ari Giorgi - profissional na indústria hoteleira. Administrador de empresas formado e pós-graduado pela FGV SP, com curso de especialização em administração hoteleira na Cornell University - USA. Atualmente Gerente Comercial do CMNet Reservas.

Contato
arigiorgi@hotmail.com

Fonte:

http://www.hoteliernews.com.br/HotelierNews/Hn.Site.4/NoticiasConteudo.aspx?Noticia=62179&Midia=1

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