domingo, 14 de novembro de 2010

Decolar.com e Viajanet preveem dobrar de tamanho (Foco é a classe "c" e "d")

Decolar.com e Viajanet preveem dobrar de tamanho
Daniel Popov


SÃO PAULO - Com apostas no público C e D, as agências de viagens on-line pretendem dobrar o tamanho até o final do ano e faturar mais de US$ 400 milhões, como a Decolar.com, que nos próximos anos irá centrar-se na venda de pacotes hoteleiros para alcançar mais de cinco milhões de clientes. Outra agência que está otimista é a Viajanet, que, com pouco menos de um ano de operações, mira as classes populares para dobrar de tamanho e atrair mais de 100 mil clientes este ano.

Criada em novembro de 2009, a agência de viagens on-line Viajanet espera faturar R$ 55 milhões e dobrar o tamanho da empresa até o final do ano. Para o sócio-fundador da empresa, Alex Todres, o momento vivido pelo Brasil é muito bom, principalmente com a crescente demanda gerada pelas classes C e D, e o acesso mais fácil a internet. "Daqui a dois anos irá acontecer uma revolução na internet brasileira, puxada principalmente pelas classes C e D que começam a comprar on-line. Quando criamos o site, focamos esse público, com filtros para uma busca mais simplificada e ágil. Então acreditamos que o crescimento dessa classe, também na internet, é o grande pulo-do-gato em nossas operações", garantiu Todres.

A previsão inicial era de que em um ano de operações o site atrairia aproximadamente 30 mil clientes, mas Todres comentou que com pouco menos de seis meses a agência já havia duplicado esse movimento. "A operação está sendo um sucesso: hoje temos mais de 2 milhões de visitas por mês. A perspectiva é de que até o final deste ano nós iremos ter mais de 100 mil clientes, e receberemos mais de 4 milhões de visitas no site", disse.

Segundo o empresário, já foram vendidas mais de 125 mil passagens aéreas desde o começo das operações, e parcerias ainda serão formadas para garantir um preço ainda melhor aos clientes. "Ultimamente fizemos algumas parcerias com as companhias aéreas, para que as passagens vendidas no Viajanet fossem mais baratas que as da própria companhia. Isso é um diferencial", garantiu Todres.

Na Decolar.com, uma das líderes do mercado na América Latina, com atuação em mais de 12 países, a perspectiva para os próximos anos continua a mesma: dobrar o tamanho. "Hoje nós representamos 60% do mercado de viagens on-line do Brasil; nós duplicamos nosso tamanho todos os anos, e em 2010 não será diferente. Somos a maior agência de viagens on-line da América Latina", garantiu o CEO da empresa no Brasil, Alípio Camanzano.

De acordo com ele, a previsão do grupo mundial para este ano é fechar com um faturamento de US$ 800 milhões, ante os US$ 400 milhões de 2009. O Brasil, que representa a metade do faturamento global da agência, pretende fechar com US$ 400 milhões, pouco mais de dois milhões de passagens aéreas vendidas. "O crescimento que estamos vendo reflete o otimismo do País. A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 também estão ajudando o setor do turismo a crescer", disse Camanzano.

Na opinião do CEO da Decolar.com, o foco nos próximos quatro anos será o setor hoteleiro, já que em relação a venda de passagens aéreas o site é uma referência. "A partir de agora vamos nos concentrar na venda de pacotes para hotéis, uma vez que em relação a passagens aéreas a Decolar já é uma referência no mercado", comentou.

Quanto à entrada de novas empresas no mercado, tanto do Brasil, como é o caso da Azul Viagens, quanto do exterior, com a espanhola Rumbo, Camanzano garantiu que o mercado é capaz de receber ainda mais players. "Este é um setor bastante aquecido, e acho que se as agências de viagem on-line trabalharem certo e com seriedade, elas crescerão bastante. O mercado é bastante grande, tem muito espaço para todos", finalizou ele.

Formas de pagamento

Em meio a facilidades ao comprar uma passagem aérea, ganham destaque o número de parcelas e a ausência de juros. Contudo, é preciso um cartão de crédito para realizar a compra pela internet. Pensando nisso, a agência Viajanet estuda a possibilidade de abrir financiamentos para os clientes que não conseguiram aprovar a compra por falta de limite no cartão de crédito. "Como a transação sempre é feita em nome da companhia aérea, uma das exigências do negócio é que seja feita por meio de cartão de crédito. Com isso estamos estudando a possibilidade de um financiamento para pessoas que por ventura tenham seu crédito recusado. Então o cliente tenta comprar comigo, e não tem limite: eu ofereço um financiamento para esse cara, para que ele possa comprar a passagem dele. Acho que este será o próximo passo", afirmou Alex Todres.

O CEO da Decolar.com, Alípio Camanzano, afirmou que somente pensará no assuntose existir uma procura crescente por esse tipo de facilidade, mas disse que o negócio seria feito por intermédio de algum banco.

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