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sábado, 29 de janeiro de 2011

Capeletti com galinha-d’angola é opção para noites frias da Serra da Manti

Massas caseiras com produtos de Gonçalves, MG

Um punhado de pequenas cidades, no sul de Minas Gerais, se espalha pela cadeia de montanhas da Serra da Mantiqueira. Entre elas está Gonçalves, que pertence a APA (Área de Proteção Ambiental) Fernão Dias, pela fauna e flora preservadas nos remanescentes da Mata Atlântica. Porém, o município de apenas 4 mil habitantes e seu entorno mantêm ainda uma riqueza de outra ordem, a culinária, que ficou muito tempo escondida nesses cantos das Gerais. Foram preciso paciência e um longo ciclo para que a paulista Tanea Romão revelasse as tradições dessa cozinha de fogão de lenha e galinhas criadas no terreiro, resguardadas dentro das pequenas propriedades. Tanea chegou a Gonçalves há 12 anos com a finalidade de ter uma vida rural a fim de tocar o projeto de trabalhar com ervas, especiarias, conservas e geleias para o mercado gourmet.


Folhas de ora-pro-nóbis (esq.) são comuns nos pratos mineiros. Os capelettis (à dir.) são feitos artesanalmente, um por um

Passada uma década, ela acreditou que seus tachos, panelas e elogios de cozinheira de mão cheia dos amigos pudessem se estender por outros repertórios da cozinha. Há um ano e meio, ela abriu o Kitanda Brasil – significa tabuleiro no dialeto africano quimbundo – em uma típica casa mineira de janelas que se abrem diretamente na calçada. Lá só entram alimentos comprados direto do produtor em um raio que não ultrapassa 200 quilômetros. Tanea segue os ideais do locavore (algo como “que se alimenta de comida local“), ideia surgida nos Estados Unidos que prega essa distância como máxima aceitável para que grãos, frutas, hortaliças e carnes viajem antes de ser compradas. “É uma forma de consumir alimentos frescos e fortalecer o comércio local“. Além da questão econômica, a cozinheira queria resgata as tradições culinárias regionais respeitando os princípios do Slow Food, movimento de origem italiana do qual faz parte surgido em 1989 em resposta à padronização alimentar da fast-food.

No final do ano passado, ela foi uma das chefs brasileiras a participar do encontro internacional do Terra Madre, rede de comunidades do Slow Food que procura dar visibilidade a quem produz – agricultores, pescadores e criadores de animais. O evento aconteceu em Turim, na Itália. “Comer é um ato agrário, e produzir é um ato gastronômico“, comenta sobre um dos princípios dessa rede. Foi por seguir esses preceitos que Tanea encontrou raridades gastronômicas pelas montanhas. Uma delas é o cuscuz de fubá de moinho da dona Dita, no Sertão do Canto Galo, bairro rural de Gonçalves. Uma mistura de fubá, açúcar, queijo e sal é colocada em um pano que, depois de amarrada, é levada para ser cozida em água fervente. No restaurante, os ingredientes foram parar em uma cuscuzeira com água aromatizada com capim-limão. O fubá suado, também chamado de vivoca, é outra relíquia da região. Ele é hidratado com água pingada devagarinho e cozido por cerca de 40 minutos.


Tanea Romão procura valorizar a cozinha tradicional preservada nas pequenas propriedades Aos poucos, ela percebeu que sua equipe, composta de cinco assistentes locais, deixou de se espantar ao ver a clientela gostar de uma comida de origem tão simples. Elas passaram a colaborar com receitas de família – como o pudim de beterraba de uma das bisavós –, cuidam da horta cultivada com uma porção de folhosas e ora-pro-nóbis, que não pode faltar no acompanhamento de carnes e massas caseiras – fabricadas lá mesmo. O jiló colhido vira doce servido com queijo mascarpone, e o pinhão, farto na Mantiqueira, é ingrediente para trutas assadas. Tanea Romão não trabalha com menu fixo, pois depende dos alimentos que vai encontrar nas redondezas. É certo que nunca faltam carne de porco, frango com quiabo e angu servido com guisado de moelas feito na panela de pedra; e arroz de suã com arroz vermelho da região. O sucesso de alguns produtos utilizados como ingredientes – sal com limão-siciliano, mel com pimenta, açúcar com cardamomo, vinagre aromatizado e geleias variadas – é tamanho que ela passou a vender 150 tipos deles no próprio restaurante.

Por conta de tanta correria, não é raro ela ficar com saudades do terreiro do Kitanda, perfumado com canteiros de manjericão e lavanda e sombreado por uma jabuticabeira centenária. É ali que ela revê a infância passada no interior de São Paulo, da manga chupada no pé, da carne de lata e da galinha caipira com seus ovos de amarelo intenso. Era uma época de cozinhar lentamente, de cheiro de lenha constante. Em nome desse resgate, ela mantém o fogo da casa sempre aceso e um café de coador passado na hora para quem bater à porta. 
por Janice Kiss | Fotos: Roberto Seba
Fonte: http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI201147-18292,00-CAPELETTI+COM+GALINHADANGOLA+E+OPCAO+PARA+NOITES+FRIAS+DA+SERRA+DA+MANTIQUE.html

Leite rastreado

Por meio de um código impresso na embalagem, o consumidor terá acesso – via internet – às informações de procedência
por Sebastião Nascimento


Trabalhador aciona maquinário na sala de industrialização do leite longa vida da marca Aurolat 

A Coopercentral Aurora, de Chapecó, no norte de Santa Catarina, uma das maiores indústrias de alimentos do Brasil, lançou no mês passado um tipo de leite longa vida rastreado que é uma inovação mundial. Batizado de P.A.R. (Produto Aurora Rastreado), o leite traz na embalagem informações desde a produção dentro da fazenda até a industrialização final. A tecnologia foi desenvolvida pela empresa Tetra Pak e exigiu mais de um ano de trabalho. “Por meio de um código impresso na embalagem, o consumidor terá acesso, via internet, às informações”, explica Mario Lanznaster, presidente da Aurora, ressaltando que a empresa já realiza a rastreabilidade de todos os seus produtos. A diferença, segundo ele, é que essa é ativa, ou seja, automatizada.

“A ideia do leite rastreado já tinha uns seis anos. Deu certo agora porque a Aurora manifestou interesse em fazer uma experiência inédita mundialmente”, afirma Eduardo Eisler, diretor de marketing da Tetra Pak. Ele detalha como funciona a tecnologia. “Consiste de um conjunto de softwares que carrega informações acerca da origem e do processo de produção. Elas são armazenadas em um banco de dados. Este, por sua vez, contém informações como data de produção, unidade de processamento, validade, início e fim da produção, cooperativas fornecedoras do leite, análise de qualidade da matéria-prima e tabela nutricional.”

Segundo Lanznaster, o consumidor poderá checar as informações acerca da procedência do leite no site da Coopercentral. “É necessário informar o código de rastreabilidade impresso na caixinha do leite longa vida.”

Lanznaster informa que a Aurora investiu R$ 600 mil na instalação do sistema. “Trata-se de um diferencial competitivo importante e que agrega valor às nossas marcas de leite longa vida.” Ela possui duas marcas, a Longa Vida Aurora e a Aurolat. Numa primeira fase, o produto rastreado será comercializado somente nas regiões Sul e Sudeste. Lanznaster informa ainda que a inovação é uma urgência de mercado: “Na sociedade moderna e globalizada, os consumidores se mostram cada dia mais exigentes e interessados em conhecer e entender a origem dos alimentos que compram. No caso do leite longa vida, o acesso é a todo o histórico do produto”. O dirigente adianta que a consulta será feita no hotsite http://www.auroraalimentos.com.br/par
Fonte:
http://revistagloborural.globo.com/Revista/Common/0,,EMI201139-18287,00-LEITE+RASTREADO.html

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

OMT acredita que crescimento do turismo vai desacelerar em 2011



OMT acredita que crescimento do turismo vai desacelerar em 2011




De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), o setor continuará crescendo em 2011, porém a um ritmo mais lento.

"As viagens internacionais estão se recuperando. Esperamos crescer entre 4% e 5% este ano", afirma Taleb Rifai, secretário geral da OMT.

Apesar do número ser inferior ao aumento de 6,7% registrado no ano passado, o executivo saudou essa como uma boa notícia, especialmente em comparação ao declínio de 4% em 2009.

O turismo no Oriente Médio deve ter incremento entre 7% e 10%, seguido pela Ásia e Pacífico, com cerca de 8%. A África e as Américas estão empatados em terceiro lugar, com crescimento previsto entre 4% e 7%.
(Redação)

Serviço

Fonte:
http://www.hoteliernews.com.br/HotelierNews/Hn.Site.4/NoticiasConteudo.aspx?Noticia=63558&Midia=1

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Regulamentação e Expansão do Timeshare no Brasil

Regulamentação e Expansão do Timeshare no Brasil



Alessandro Gueiros
(foto: arquivo pessoal)

Tenho plena consciência que existem muitas pessoas e donos de hotéis que são reticentes quando o assunto é Timeshare ou Tempo Compartilhado, o que posso afirmar é que, na atualidade Timeshare é o segmento de turismo que mais cresce no mundo, principalmente no Brasil.

Todos nós sabemos que uma opinião ou um conceito sobre determinado produto só pode ser mudado quando existem motivos óbvios para isso, deixando claro que toda mudança pode causar, tanto um efeito negativo quanto positivo.

Por isso quero que todos reavaliem sobre o assunto abaixo abordado.

No Brasil, na década de 80, devido ao fato de empreendedores do ramo hoteleiro quererem comercializar Timeshare sem nenhuma estrutura operacional, quando digo estrutura operacional, não me refiro ao padrão do hotel e sim a não existência de suporte no atendimento ao cliente no pós-venda, e também a falta de preparo e profissionalismo dos vendedores.

E justamente devido a essa falta de estrutura e preparo, muitos clientes ficaram insatisfeitos, fazendo com que o Timeshare na década de 90 virasse alvo de inúmeros processos.

Até que em 1997, a Embratur, através da deliberação normativa nº 378 publicado no Diário Oficial de 12/08/1997, regulamentou o Timeshare (Tempo Compartilhado) no Brasil, reconhecendo como meio legal de hospedagem e turismo, estabelecendo assim, direitos e obrigações aos agentes, empreendedor, comercializador e consumidor.

Enfim no final dos anos 90 após a regulamentação da Embratur, grandes hotéis e redes hoteleiras do País já com outra visão, ingressaram no Timeshare tendo de exemplo redes como Marriott, Hilton, Sheraton, Pestana, Disney, Meliá, Westgate, que já trilhavam uma história de sucesso no Timeshare há vários anos.
Com algumas mudanças necessárias e óbvias principalmente no atendimento pós-venda, o Timeshare começou aos poucos transmitir a segurança que os clientes (proprietários de férias), estavam necessitando.

Já no final da década de 2000 os números eram bem diferentes das décadas anteriores, em 2009, o número de brasileiros que viajam por programas de tempo compartilhado ultrapassou a marca de 50 mil. Desde 2006, os programas de Tempo Compartilhado tiveram um crescimento de 206%.

Já que estamos falando de números, a venda de diárias por meio do sistema de Tempo Compartilhado movimentou R$ 300 milhões no Brasil em 2009. Um crescimento de 61% em relação a 2008.
Atualmente a maior parte das grandes redes hoteleiras internacionais possuem um sistema de Tempo Compartilhado, e são afiliados a uma rede de intercâmbios, que formam a indústria mundial com aproximadamente 7.000 resorts, 8.447 milhões de famílias proprietárias e US$ 13 bilhões em vendas anuais.

E para o próximo mês, fevereiro 2011 sairá uma nova portaria, dessa vez com o Ministério do Turismo regulamentando o Timeshare no Brasil.


*Alessandro Gueiros é diretor operacional da TimeShare Brasil Consultoria.

Contato
64 3453-6011
alessandrogueiros@timesharebrasil.com.br
 
Fonte:
 
http://www.hoteliernews.com.br/HotelierNews/Hn.Site.4/NoticiasConteudo.aspx?Noticia=63471&Midia=1 

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A empresa Y

 Posto aqui mais uma excelente matéria que reli ao folear minhas revistas antigas. Espero que gostem.

A empresa Y

As companhias já aprenderam a lidar com o imediatismo dos jovens em início de carreira? A julgar pela experiência das empresas Boehringer, Usiminas, IBM, Andrade Gutierrez, Leroy Merlin e Kimberly-Clark, a resposta é sim. A geração Y comemora e agradece
Por Karla Spotorno

Atlanta, outubro de 2009. Fernanda Barrocal, 28 anos, e Renata Herz, 27, gerentes da Kimberly-Clark no Brasil, tentavam esconder o nervosismo. Estavam ali, num centro de convenções, para apresentar os resultados de uma iniciativa baseada no livro A Estratégia do Oceano Azul e realizar toda uma argumentação em inglês. Publicado pelo especialista em gestão W. Chan Kim em 2005, Oceano Azul tornou-se um best-seller e inspirou empresas mundo afora. Fernanda e Renata conheciam muito bem o projeto da filial brasileira, mas a apreensão era justificada. Além de 30 executivos da multinacional americana, estava na plateia o próprio Chan Kim. Mas elas se saíram tão bem que começaram a ser requisitadas para dar mais informações sobre a iniciativa, inclusive por gestores da empresa em outros países.

Fernanda e Renata são típicas representantes da geração Y, formada por jovens entre 18 e 30 anos que entraram no mercado de trabalho nesta década. Eles cresceram conectados à internet, são menos pacientes, não se apegam a valores corporativos e querem crescer de forma rápida na carreira. Surpreendem os gestores tradicionais ao se dirigir ao chefe da mesma forma como falam com os amigos, o que mostra uma dificuldade para lidar com o ambiente formal de muitas empresas. São ainda multitarefas. Podem muito bem executar um trabalho enquanto ouvem música e navegam nas redes sociais. Querem liberdade para sugerir mudanças e esperam alguma recompensa imediata pelos bons resultados.
OS JOVENS GANHARAM ESPAÇO E PODER DE DECISÃO, MAS SÃO CADA VEZ MAIS COBRADOS


Por serem assim tão diferentes das gerações anteriores, esses jovens são frequentemente retratados de forma estereotipada. Um dos mitos propagados é o de que são desleais e acreditam que só vale a pena permanecer na empresa se ela for útil e proporcionar um rápido crescimento da carreira. Uma pesquisa da consultoria de recursos humanos Hay Group mostra exatamente o contrário. O levantamento ouviu 5.568 jovens que atuam em grandes empresas e apontou que 65% pretendem ficar mais de cinco anos onde trabalham.

Além disso, 78% afirmam que há respeito à diversidade, especialmente quando se trata de diferenças entre gerações. “A culpa pela alta rotatividade é da própria empresa”, diz Ricardo Guerra, 24 anos, trainee na área de vendas para grandes clientes da Kimberly-Clark. Segundo ele, se as companhias não aprenderem a oferecer o que os jovens procuram, continuarão perdendo os talentos. Guerra rejeitou um convite para trocar de emprego porque vê perspectivas de crescer na Kimberly. Isso acontece também com suas colegas Renata e Fernanda, responsáveis pela apresentação da iniciativa baseada no Oceano Azul.

Renata se formou em publicidade, estudou inglês e espanhol. Quando entrou na Kimberly-Clark, em 2004, não imaginava que ficaria tanto tempo. “Apesar de estar há quase seis anos na empresa, não me sinto estagnada. Posso propor melhorias, dar minha opinião”, afirma. Formada em engenharia naval, Fernanda também não tem pressa. Ela trabalha há quase quatro anos na Kimberly e há dois, quando passou por um programa de job rotation, teve a oportunidade de conhecer a companhia de forma mais ampla. “Claro que não existe lugar perfeito. Mas, quando saio com meus amigos da faculdade, percebo como a vida pode ser dura em empresas que têm outras formas de trabalho”, afirma.

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EMPRESA AMIGA
Assim como a Kimberly-Clark, muitas companhias já podem ganhar o selo informal de Empresa Y, por estarem aprendendo, na prática, como lidar com essa geração irrequieta. Ao dar a duas jovens promissoras a missão de representar a filial brasileira na reunião anual da diretoria da América Latina, em Atlanta, nos Estados Unidos, a Kimberly-Clark sinaliza que delegar projetos importantes para sua população Y foi a solução encontrada pela direção para atrair e reter esses talentos. Fabricante de produtos de higiene e limpeza, como as fraldas da Turma da Mônica, os absorventes Intimus Gel e a linha Scott, a companhia enfrentava uma estagnação no início da década. Para voltar a crescer, o único caminho era inovar e lançar produtos criativos. E nada melhor para isso do que dar espaço aos jovens, que formam hoje 43% de sua força de trabalho.
“Cerca de 10% do nosso faturamento deve vir de inovação. E se depender somente das minhas ideias, vamos viver pobres”, afirma João Damato, 59 anos, presidente da empresa. A estratégia parece ter dado certo. Depois de abrir espaço para o diálogo e a criatividade e oferecer mais oportunidades aos novatos, a empresa cresceu 250% em receita nos últimos sete anos.
A siderúrgica Usiminas e a indústria farmacêutica Boehringer Ingelheim também perceberam que precisavam ir além do trivial para segurar seus jovens funcionários. Resolveram, então, mudar os programas de estágio, no ano passado. “Digamos que agora o sistema está menos Pinochet e mais Piaget”, afirma Helena Pessin, 52 anos, superintendente de desenvolvimento humano da Usiminas, dando a entender que o diálogo vai superar os desmandos hierárquicos.
Na Boehringer, a metodologia também foi renovada. Acabaram as palestras formais em auditório. Os estagiários da empresa participam agora de fóruns no formato do programa Altas Horas, da TV Globo, um clássico dessa geração. O entrevistado fica no centro de um círculo, apresenta suas ideias e responde a perguntas. Segundo o professor Anderson de Souza Sant’anna, 38 anos, da Fundação Dom Cabral, faz mesmo todo o sentido evitar o modelo de sala de aula, que prepara os estudantes para trabalhar em um sistema fabril, em que o empregado ouve o chefe, cumpre suas ordens e exerce sua atividade individualmente, sem questionar. “Ninguém é treinado para discutir, ouvir críticas e colaborar”, afirma Sant’anna. “A escola ainda não forma as pessoas para trabalhar em equipe.” 

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FIM ÀS BARREIRAS
Mas mudar a cultura organizacional exige tempo, energia e disposição dos gestores. Em alguns casos, a resistência de funcionários mais antigos pode ser grande, como ocorreu na Boehringer Ingelheim. A empresa de origem alemã começou a implementar, em 2004, uma política de abertura para o diálogo e de menos formalidade entre gestores e subordinados. Quatro diretores não aceitaram a quebra das barreiras hierárquicas e deixaram a companhia. “O desligamento foi um caso extremo. Mas eles não se adequaram à nova cultura da empresa porque realmente não acreditavam nela”, afirma Adriana Tieppo, 44 anos, diretora de RH. O episódio mostra que uma companhia que pretende ser inovadora precisa reservar tempo para muita conversa entre as pessoas de sua equipe, coincidentemente uma reivindicação da geração Y.
Na siderúrgica Usiminas, para evitar problemas de relacionamento, a área de recursos humanos criou workshops para ensinar os gestores a dialogarem com os jovens. No quadro de funcionários da companhia, cerca de 20% pertencem à geração Y. Em 2014, esse número deverá estar em 45%. Apesar de privatizada em 1991, a companhia preserva algumas características de empresa estatal, como a lentidão para promoções e mobilidade entre as áreas. Uma das ações para transformar a cultura foi o treinamento dos gestores para que incorporem os novos valores corporativos instituídos em março de 2009 pela nova diretoria, que assumiu em 2008. “Queremos conferir mais voz, mais poder e também mais responsabilidade para as pessoas”, diz Marco Antônio Castello Branco, 49 anos, presidente da Usiminas.
A iniciativa parece ter convencido os jovens da empresa. A economista Mariana Paes, 26 anos, foi transferida da área financeira para a de gestão da inovação depois que sua chefe imediata percebeu sua preferência por funções que envolvem a colaboração. “Minha antiga gestora é superantenada. Ela começou a me envolver em projetos mais inovadores porque sabia que isso me motivaria”, diz Mariana, que não recebeu um aumento de salário mas mesmo assim gostou da mudança, por representar um reconhecimento e uma nova oportunidade para crescer.
CRESCER RÁPIDO NA CARREIRA NÃO É BOM NEM PARA OS JOVENS NEM PARA AS EMPRESAS

Casos como o de Mariana Paes, da Usiminas, mostram a importância que os jovens dão ao desenvolvimento pessoal. Na pesquisa do Hay Group, 93% disseram que desenvolvimento é crucial para permanecer no emprego. Os jovens querem aprender novas funções e conhecer outras áreas para entender de forma mais ampla os negócios e perceber que estão evoluindo com a companhia. Outro fator que motiva a geração Y é o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Depois de ver que os pais dedicaram mais tempo ao trabalho do que à família, sem grandes recompensas, eles entendem que precisam ter outra postura em relação ao trabalho. Para a maioria, pouco importa o sobrenome corporativo. O que vale é encontrar um sentido para suas tarefas. As empresas podem ajudar nessa busca ao lhes oferecer uma abertura maior para o diálogo, mais responsabilidade, feedbacks constantes, desenvolvimento pessoal e ascensão de forma mais rápida. Não são, no entanto, coisas fáceis de fazer, especialmente em razão do conflito entre as gerações, agora acentuado dentro das corporações.
Pela primeira vez na história do trabalho, coabitam quatro gerações nos escritórios. Além dos jovens da geração Y, estão no mercado os chamados tradicionais, pessoas que nasceram até 1945; os baby boomers, nascidos entre 1946 e 1963; e a geração X, que forma o menor grupo em razão da taxa de natalidade mundial abaixo da média entre 1964 e 1979. Hoje, a diferença de idade entre o funcionário mais novo e o mais velho nas empresas ultrapassa meio século.
“A tendência é ainda de aumento nessa diferença, na próxima década, em razão do envelhecimento da população. Na Europa, as pessoas entre 65 e 90 anos somarão 21% dentro de dez anos. Em 2000, esse percentual era 11%”, afirmou a Época NEGÓCIOS Guido Stein, 46 anos, professor da Universidade de Navarra e especialista em gestão de pessoas e liderança.

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CHEFE LEGAL
Combinar em suas equipes a vitalidade dos jovens em início de carreira e a experiência dos funcionários mais velhos só traz benefícios, e as empresas sabem bem disso. Mas, segundo a psicóloga Elaine Saad, 46 anos, gerente-geral para a América Latina da consultoria Right Management, a responsabilidade maior está nas mãos dos gestores. “O líder tem a obrigação de respeitar as diferenças e aprender como se comunicar com cada indivíduo”, afirma Elaine. Para Rolando Pelliccia, 47 anos, diretor do Hay Group, a retenção dos talentos está mais associada às competências do gestor e ao clima de trabalho do que às ações da empresa. Na pesquisa da consultoria, o valor da relação com o gestor ficou nítido. Entre os jovens participantes, 75% dizem que são ouvidos pelos superiores. Eles afirmam ainda que o gestor tem algo a ensinar e que aceita sugestões e críticas.
Depois de fazer um esforço para entender o jovem da geração Y, os executivos da IBM no Brasil decidiram criar um comitê chamado “crossgenerational”, ligado à área de diversidade. A ideia é que o comitê proponha ações para melhor atender os jovens, que totalizam 35% dos 19 mil colaboradores da empresa. Além disso, a IBM decidiu inovar no seu programa de mentoring, que agora é reverso. No lugar de o funcionário mais antigo ser mentor do mais novo, o novato é que dá conselhos para o mais velho. Qualquer um pode participar do programa e indicar quem gostaria de ter como mentor. “O jovem chega com uma expertise em colaboração e em redes sociais muito valiosa para a empresa”, afirma Osvaldo Nascimento, 47 anos, diretor de RH da IBM Brasil. “A capacidade para trabalhar com diferentes grupos de pessoas e em vários lugares também é importante para a companhia.”
As discussões sobre a geração Y dentro das empresas têm mostrado que o desejo de crescer rapidamente na carreira não é bom nem para os jovens nem para as corporações. Afinal, em qualquer profissão experiência é insubstituível. Muitas companhias deram cargo e salário sem transferir responsabilidades, para atender à pressa típica dessa geração e segurar possíveis talentos, mas o resultado foi a frustração do jovem e um problema no organograma.
O engenheiro civil André Gerab, 24 anos, concorda que em muitas áreas o que vale mesmo é a experiência. “Quando saí da faculdade, eu era superarrogante. Achava que sabia tudo. Comecei a trabalhar e percebi que tenho muito ainda a aprender”, afirma. Ex-aluno da Universidade de São Paulo, Gerab trabalha na construtora Andrade Gutierrez e não tem muita pressa de crescer. Entende que para construir uma carreira sólida precisa passar por diferentes áreas dentro da empresa e aprender outras funções.
A opinião é compartilhada por Camila da Rocha Correa, 25 anos, relações-públicas da Andrade Gutierrez. Há menos de um ano na empresa, Camila diz que não quer ser promovida sem ter a maturidade e o conhecimento necessários para o cargo. “O que eu realmente desejo é ser reconhecida por fazer algo muito bem”, afirma.
Para ajudar profissionais como Camila e Gerab a crescerem de forma consistente, a Andrade Gutierrez criou um programa de desenvolvimento de competências chamado Geração AG. Já passaram pelo programa 230 jovens, como o engenheiro civil Rafael Perez, 28 anos, três de formado e há seis na Andrade Gutierrez. A meta de Perez é ser engenheiro chefe de obra. Para isso, já passou por várias funções. Atualmente é ele que coordena a produção, uma das quatro grandes áreas de uma obra. “Preciso aprender todas as funções”, diz Perez, que hoje trabalha na construção de uma estação de tratamento de esgoto na Baixada Santista.

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VALORES PESSOAIS
Como a Andrade Gutierrez, a rede de varejo de material de construção e itens para casa Leroy Merlin também decidiu acelerar a carreira de profissionais da geração Y e investe em um programa de contratação e formação de jovens gerentes desde o ano passado. No processo de seleção dos candidatos, em São Paulo, o diretor regional Patrick Leffondre, 45 anos, decidiu levar em conta principalmente os valores pessoais e não a competência técnica, algo prioritário antes. “Quem vem trabalhar aqui precisa ter prazer em conhecer profundamente a empresa e as funções que irá exercer, e também gostar de desenvolver equipe e ter iniciativa”, diz Leffondre. Apesar de tentar atender às demandas dos jovens, a Leroy Merlin quer encontrar candidatos que realmente se identifiquem com o sistema de gestão descentralizado da multinacional francesa e que gostem do trabalho em loja. “Estamos preparando as pessoas e a empresa para acompanharem o crescimento da rede”, afirma Cynthia Cerotti, 39 anos, gerente da área de RH no Brasil. Em 2010, a varejista repetirá o investimento de R$ 130 milhões do ano passado, quando inaugurou três lojas, cada uma com 250 funcionários.
Apesar dos avanços, para atrair e reter os jovens talentosos e, consequentemente, ganhar em inovação e crescimento, as empresas ainda precisam dar vários passos. Para a economista americana Sylvia Ann-Hewlett, diretora do Center for Work-Life Policy, em Nova York, muitas das demandas dos jovens são realmente positivas para as companhias. “Um novo sistema de recompensas, por exemplo, é uma das questões que as companhias deveriam pensar em adotar”, afirmou Sylvia a Época NEGÓCIOS. Autora de diversos artigos e livros sobre diversidade, Sylvia diz que o que é bom para a geração Y também agradará ao baby boomer. “As duas gerações estão olhando para o emprego de maneira semelhante e devem conduzir grandes mudanças na forma de trabalhar”, diz. Entre essas mudanças, Sylvia destaca a necessidade de intervalos na carreira, como os sabáticos, em que o profissional volta após um período fora, e a flexibilidade de horário. Para Sylvia, essas são algumas demandas que as duas gerações deverão implementar juntas nos próximos anos. Até por questões de sobrevivência, nenhuma empresa vai querer ficar fora.

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O avesso do glamour

Esta é mais uma excelente matéria que encontrei foleando minhas revistas antigas. 

O avesso do glamour

Justin Sullivan/Getty Images


Como chef número 1 da Le Cordon Bleu, a mais prestigiada escola de gastronomia do mundo, o francês Patrick Terrien, 60 anos, comanda uma equipe de 480 profissionais em 35 filiais espalhadas por quinze países. No ramo há mais de quarenta anos, Terrien trabalhou numa dezena de restaurantes estrelados e chegou a ter o seu próprio, em Paris. Considera obrigação conhecer a culinária de inspiração francesa nos países por onde passa e fará isso no Brasil, que visita na semana que vem e onde pretende, em prazo ainda não definido, abrir nova filial da Cordon Bleu. O chef falou à repórter Renata Betti sobre os avanços - e alguns dos equívocos - da gastronomia do século XXI.

AMADORES AO FOGÃO

Um problema da gastronomia moderna é a quantidade de jovens cheios de autoestima que, nem bem se formam, já se acham preparados para ter um restaurante próprio - quando não estão. Duas décadas atrás, isso acontecia por volta dos 40 anos. Hoje, é mais comum aos 20, idade em que eles são movidos pela ideia, quase sempre equivocada, de que têm em si algo de genial. Na realidade, falta-lhes técnica, que só vai sendo aprimorada mesmo no exercício da profissão. Alguns desses jovens até ganham sobrevida porque conseguem disfarçar sua mediocridade sob o rótulo de cuisine d’auteur - uma cozinha autoral, em que a criatividade do chef pode conferir originalidade aos pratos. No caso desses novatos, porém, o gênero costuma se traduzir apenas numa tentativa frustrada de substituir conhecimento técnico por intuição. Isso não funciona na cozinha.

FEIRA LIVRE

Muitos ingressam na Cordon Bleu com uma visão idílica do ofício de chef. Eles ambicionam o status da carreira, capaz de alçar os melhores à condição de celebridade, mas não têm ideia de que até um Alain Ducasse precisa carregar saco de farinha na cozinha e aguentar mau humor de cliente no salão. Assim que chegam à escola, tratamos de trazê-los à realidade. Os estudantes aprendem que não apenas talento e esforço são pré-requisitos para um bom cozinheiro. Até a força física conta. Quando o restaurante está lotado e a cozinha um caos, todo mundo fica sujeito a fazer o serviço pesado. Quem já viu a cena sabe: o clima é de feira livre.

CADÊ AS MULHERES?

Um levantamento recente mostra que apenas 10% dos chefs no mundo inteiro são mulheres. Duas razões, basicamente, afastam-nas da cozinha dos restaurantes. A primeira diz respeito justamente à força física requerida no trabalho, exigência que, segundo pesquisas sobre o assunto, espanta boa parte delas. Mas não é só isso. Ainda pesa contra as mulheres que aspiram à chefia de uma cozinha um preconceito antigo, que gira em torno da ideia de que elas são incapazes de administrar, ao mesmo tempo, tantos egos e tarefas. Enquanto em outros setores da economia as mulheres já são até maioria nos cargos de comando, na gastronomia vê-se ainda atraso de décadas nesse sentido. E perdem-se boas cozinheiras por isso.

EGOS À SOLTA

O trabalho de um chef é normalmente comparado ao de um maestro, que precisa coordenar várias tarefas simultaneamente com o único objetivo de produzir um bom prato. Para mim, o chef tem de ser, acima de tudo, um bom psicólogo. Num ambiente em que se concentram tantos egos inflados, ele deve manter permanentemente sob controle a vaidade alheia. Outra de suas atribuições centrais também passa longe da gastronomia propriamente dita: trata-se de circular com desenvoltura pelo salão, algo que requer habilidades de ator. Já vi muito chef arremessando prato no chão da cozinha num momento de ira para, no segundo seguinte, desfilar sorridente pelo salão. Essa capacidade ímpar para escamotear o mau humor é trunfo de alguns dos mais estrelados profissionais do mercado.

FRANÇA X ESPANHA

Na disputa entre essas duas cozinhas, não há dúvida de que a francesa consegue manter um alto padrão com mais regularidade. A França se beneficia da variedade de bons ingredientes, da tradição de suas escolas de gastronomia e ainda de um conjunto incomparável de técnicas culinárias acumuladas desde os tempos de Auguste Escoffier, no século XIX. Não dá para dizer, no entanto, que se trata da culinária mais inventiva do planeta, como já foi no passado. Hoje, é da Espanha que vêm as maiores inovações à mesa, encabeçadas pelo gênio de Ferran Adrià. Tudo muito interessante, tirando o fato de, às vezes, o gosto de uma espuma à base de funghi remeter a qualquer outro sabor - que não o do próprio funghi.

EXCESSOS QUE ESTRAGAM O PRATO

É inegável que os avanços tecnológicos recentes permitiram mudanças - para melhor - na cozinha. Com equipamentos como o forno a vapor e a técnica de cozimento a vácuo, é possível produzir pratos que, até dez anos atrás, simplesmente não poderiam ser concebidos. A culinária passou também a se valer de conhecimentos científicos, como a química, base para a tão inventiva cozinha molecular. O lado ruim dessa história é o deslumbramento de alguns chefs com tais descobertas. O uso excessivo delas, afinal, tem efeito exatamente oposto ao desejado: o gosto da comida fica artificial. Além disso, uma alta concentração de substâncias químicas pode até comprometer a saúde, como já foi demonstrado cientificamente. Sem dúvida, a criatividade é, por princípio, bem-vinda na cozinha. Mas todo bom chef deve ser inteligente o suficiente para conseguir inovar na medida do razoável.

DE FRANCÊS, SÓ O NOME

Existe por aí muito restaurante que se autointitula francês, mas passa ao largo da verdadeira comida servida na França. Isso é mais evidente nos países da América Latina, que não têm a tradição de enviar chefs à Europa para aprender as técnicas locais - muito menos para experimentar um bom foie gras. O resultado é um excesso de pimenta e temperos que só desfigura receitas consagradas ao longo dos séculos. As boas exceções são Brasil e Peru, exatamente porque nesses países há pelo menos um grupo de profissionais que, antes de se pretenderem chefs de restaurante francês, se dedicam a conhecer o básico. Fora da França, no entanto, ninguém prepara tão bem um steak au poivre quanto os japoneses. O trunfo deles é a disciplina. Se um chef ali erra, por questão de milímetros, o corte de uma carne, refaz tudo, até acertar. Isso ajuda a explicar por que Tóquio é a cidade que conta com mais estrelas no Guia Michelin, a bíblia da gastronomia. Sem altas doses de obsessão na cozinha, não dá para pensar em boa comida.


Fonte:

http://veja.abril.com.br/111109/avesso-glamour-p-108.shtml

O problema dos alimentos é o rótulo

 Estava foleando minhas revistas antigas e encontrei esta excelente matéria. A questão da publicidade de alimentos é algo sempre atual. Espero que gostem.

O problema dos alimentos é o rótulo
Olivia Fraga, da EXAME
DeLauro: Deputada que exige a fiscalização do marketing de produtos alimentícios


Autoridades de saúde e de defesa do consumidor nos Estados Unidos fecham o cerco contra a publicidade de alimentos funcionais - e obrigam grandes empresas a alterar a embalagem de seus produtos

Desde que teve início a recente onda de alimentação saudável, há cerca de dez anos, fabricantes de biscoitos, balas, salgadinhos e todo tipo de guloseima vêm tentando encontrar formas de se livrar da pecha de vilões da indústria e da boa forma alheia. Primeiro, uma parcela deles partiu para a utilização de matérias-primas orgânicas. Depois, foi a vez dos ingredientes "naturais". Mas, para desespero dos departamentos de marketing, tais experiências invariavelmente resultavam em produtos sem charme - ou gosto - algum. Até que, em meados de 2000, a francesa Danone, um dos maiores grupos de alimentos do mundo, descobriu meio sem querer que um de seus iogurtes utilizava uma bactéria capaz de melhorar o trato digestivo - sem comprometer o sabor do produto. Foi o que bastou para que se criasse uma febre em torno dos chamados alimentos funcionais. Da noite para o dia, produtos até então rechaçados por um grupo crescente de consumidores, como refrigerantes e margarinas, passaram a contar com aditivos como vitaminas, minerais e outros nutrientes. E - mais importante - ganharam o rótulo de saudáveis. Uma recente pesquisa realizada nos Estados Unidos com as 500 maiores empresas de alimentos do país mostrou que mais da metade delas passou a adicionar nutrientes a seus produtos neste ano apenas para incluí-los na categoria de funcionais.


Diante de todo esse frenesi, era de imaginar que reinasse entre companhias e consumidores um clima de otimismo e confiança com relação a esses produtos, certo? Pois o que está acontecendo é justamente o contrário. No início de novembro, a americana Kellogg's decidiu retirar do mercado um de seus maiores sucessos, o cereal Cocoa Krispies, vendido somente nos supermercados dos Estados Unidos. Enriquecido com antioxidantes, o produto trazia em sua embalagem a promessa de fortalecer o sistema imunológico das crianças. Mas, com a iminente disseminação do vírus H1N1 no país durante o inverno, a empresa achou por bem modificar o rótulo do produto - sob pena de enfrentar na Justiça a fúria de pais que eventualmente se sentissem enganados por estar com seus filhos doentes em casa, a despeito das tigelas de Cocoa Krispies oferecidas aos pimpolhos.

A atitude da Kellogg's, embora compreensível, deve ser entendida como mais do que simples preocupação com o bem-estar dos consumidores ou com a reputação de sua marca. Desde o início do ano, as autoridades de saúde e defesa do consumidor dos Estados Unidos têm apertado o cerco contra os fabricantes de alimentos funcionais - não tanto pela eficácia dos produtos, mas pelas promessas que seus rótulos carregam. Ao todo, mais de 40 companhias já foram acionadas judicialmente por esses órgãos, mais que o dobro do ano passado. A postura da Kellogg's seria, portanto, preventiva. "O que está em discussão não é a eficácia de uma determinada bactéria ou se a adição de uma vitamina à fórmula faz bem à saúde", afirma Steve Stallman, presidente da consultoria Stallman Marketing, uma das pioneiras na assessoria a lançamentos de alimentos funcionais nos Estados Unidos. "Mas se as empresas têm exagerado essas propriedades no rótulo de seus produtos para vender mais." Entre as companhias que já tiveram de prestar contas com relação às benesses prometidas em suas embalagens estão Coca-Cola, General Mills e Danone. O caso envolvendo o cereal Cheerios, da americana General Mills, ilustra bem essa nova situação. Em maio deste ano, a empresa foi obrigada pela FDA, a Anvisa americana, a modificar a embalagem do cereal depois que técnicos do órgão julgaram que as promessas de redução de colesterol contidas no rótulo - todas "clinicamente comprovadas", segundo a empresa - davam a entender que o produto tinha atuação semelhante à de um medicamento.

Em tese, não há nada de errado em combinar um alimento com nutrientes extras para torná-lo mais saudável. Na realidade, essa tem sido uma prática comum em quase todos os países do mundo desde o início do século passado como forma de prevenir doenças. Algumas dessas fórmulas, inclusive, são utilizadas até hoje, como a adição de vitamina D ao leite para evitar problemas nos ossos em crianças ou a inclusão de iodo ao sal de cozinha para precaver contra o bócio. O problema é quando esse expediente não passa de simples artifício para mascarar os males provocados por outras substâncias do produto, como açúcares e gorduras. "As empresas de alimentos entraram numa espécie de vale-tudo para parecer funcional", diz Julie Johnson, da consultoria HealthFocus, especializada em marketing de produtos saudáveis. "Mas os consumidores estão finalmente se dando conta de que é preciso examinar toda a tabela nutricional do produto, e não apenas o rótulo." Foi o que aconteceu com a água VitaminWater, da Coca-Cola. Em janeiro, a empresa foi notificada judicialmente por uma das mais importantes associações de defesa do consumidor nos Estados Unidos, o Center for Science in the Public Interest (algo como Centro para Ciências de Interesse Público), por indicar, no rótulo da garrafa, que o líquido continha todas as vitaminas necessárias à dieta de um adulto, além de se tratar de uma alternativa eficaz no combate a doenças crônicas e no fortalecimento do sistema imunológico. O que o fabricante esqueceu de mencionar, alegam os nutricionistas do CSPI, é que os 33 gramas de açúcar contidos em cada garrafinha colorida de VitaminWater podem promover obesidade, diabetes e outros problemas de saúde. "É quase como beber a própria Coca-Cola", diz um porta-voz da instituição.

Para tentar padronizar a formulação das embalagens de alimentos funcionais - evitando, assim, atritos com a FDA e o consequente desgaste de imagem -, um grupo de 14 empresas americanas decidiu formar no final do ano passado uma espécie de coalizão, denominada Smart Choices (Escolhas Espertas, em português). O grupo, composto de companhias como Unilever, Kellogg's, Kraft e Pepsi, chegou a criar um selo para determinar que tipo de produto poderia ser considerado funcional - mas acabou caindo em desgraça entre os americanos nos últimos meses. O endosso de guloseimas de valor nutricional duvidoso, como os cereais Froot Loops e Cocoa Krispies, ambos da Kellogg's, provocou uma enxurrada de reclamações por parte de consumidores. A FDA decidiu, então, investigar o assunto, mas antes mesmo de emitir seu parecer, no final de setembro, a coalizão havia sido desfeita. O burburinho foi tal que, nesse mesmo mês, a deputada americana Rosa DeLauro enviou uma carta à FDA exigindo uma investigação acerca do marketing em torno desses produtos. "O fato de esses cereais serem fabricados por um dos integrantes do grupo acaba com a credibilidade do sistema", afirma Walter Willett, diretor do departamento de nutrição da Universidade Harvard.

No Brasil, embora a regulamentação para esse tipo de publicidade seja bem mais rigorosa (toda empresa deve ter seu rótulo previamente aprovado pela Anvisa), questões semelhantes começam a acontecer. As mais recentes - e polêmicas - dizem respeito à Danone, não por acaso a empresa líder em alimentos funcionais no Brasil. Em junho de 2008, a Anvisa proibiu a veiculação dos comerciais do iogurte funcional Activia em todo o país, sob a alegação de que a propaganda dava a entender que o produto poderia ser utilizado como tratamento para todo tipo de disfunções intestinais. Um ano mais tarde, foi a vez de o Actimel ter a publicidade suspensa pelo órgão, sob a acusação de que a divulgação das propriedades funcionais do produto, desenvolvido para concorrer com a japonesa Yakult, não havia sido autorizada (a Danone acabou reformulando as campanhas de Activia e Actimel). E, por fim, no início de outubro, a empresa foi novamente alvo de críticas, desta vez por parte de sua principal concorrente, a Nestlé. Os executivos da empresa suíça têm alegado que a publicidade da água Bonafont, com baixo teor de sódio, dá a entender que o produto emagrece. Por via das dúvidas, a Danone mudou a campanha da água, deixando-a mais didática (oficialmente, a empresa nega que tenha tomado tal iniciativa por pressão da Nestlé). Prova de que, nessa indústria, para se livrar da pecha de vilão, não basta ser saudável - é preciso ser, também, 100% transparente.

Fonte:

http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/problema-alimentos-rotulo-538617?page=2&slug_name=problema-alimentos-rotulo-538617

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Embratur divulga o País em feira na Holanda


Embratur divulga o País em feira na Holanda



















om Tower, em Utrecht
(foto: wikipedia.org)

A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) já começou a promoção dos produtos e destinos turísticos do Brasil no exterior. A primeira ação internacional do ano está sendo realizada em Utrecht, na Holanda, durante a feira Vakantiebeurs, que acontece entre 11 e 16 de janeiro.

A Vakantiebeurs é a mais importante feira internacional de turismo da região de Benelux, que compreende Bélgica, Holanda e Luxemburgo e possui aproximadamente 20 milhões de habitantes. Esse mercado tem relevância para a promoção turística do Brasil porque ali está uma das maiores rendas per capita da Europa.

Em 2010 o evento contou com aproximadamente 117 mil consumidores e mais de 1.600 expositores, profissionais de turismo da Holanda e de todo mundo, que representaram mais de 160 países.

O objetivo da Embratur em participar do evento como expositor é realizar o contato direto com operadores de turismo, agentes de viagens, além do público final e imprensa, que proporcionem novas oportunidades de negócios.

Com um estande de 80 m², a Embratur tem como co-expositores representantes de destinos como Pernambuco, Mato Grosso do Sul (Rota Pantanal Bonito), Foz do Iguaçu, Paraíba (Costa do Conde), além de empresas como a Tam Airlines, Tap Portugual e Pestana Hotels & Resorts. Além disso, um grande painel estampa imagens de Fernando de Noronha (PE), Lençóis Maranhenses (MA), Tiradentes (MG), Jericoacoara (CE), Rio de Janeiro (RJ), Trancoso (BA) e Foz do Iguaçu (PR).

(Redação)


Serviço

www.embratur.gov.br


Fonte:


http://www.hoteliernews.com.br/HotelierNews/Hn.Site.4/NoticiasConteudo.aspx?Noticia=63307&Midia=1

Oito razões para ir à Síria (e se apaixonar)

Oito razões para ir à Síria (e se apaixonar)
PRISCILA PASTRE-ROSSI
ENVIADA ESPECIAL À SÍRIA

Por que a Síria? Essa é a pergunta que você mais vai ouvir quando finalmente decidir fazer esta viagem. Há muitas (e boas) respostas.

A que a reportagem adotou foi: "Para conhecer um país árabe não tão procurado --como o Líbano ou a Jordânia--, nem tão austero, como o Irã ou o Iraque."
O país oficialmente muçulmano é governado com mão-de-ferro por Bashar al-Assad, que sucedeu o pai em 2000, depois desse ter ocupado o poder por 30 anos.



Priscila Pastre-Rossi/Folhapress
Movimentação em souk (tradicional mercado árabe) de Damasco, na Síria
Movimentação em souk (tradicional mercado árabe) de Damasco, na Síria
Mas, apesar da rigidez, você também pode responder: "Porque eu quero conhecer duas das cidades mais antigas da humanidade".
Damasco e Aleppo, com mais de 3.000 anos de história cada, disputam o primeiro lugar no ranking das cidades há mais tempo continuamente habitadas.
Quem gosta de roteiros com um "quê" de ficção científica pode adotar essa: "Para fazer uma viagem no tempo".
Porque é isso mesmo que você faz quando entra em um souk (nome dado aos tradicionais mercados árabes). Mercados como o de Hamadiye, um dos mais antigos. Ali, nada é feito para atrair turistas.
Há centenas de anos estão ali o mesmo piso, o mesmo cheiro de especiarias, o mesmo jeito de comerciar, o mesmo vaivém de mulheres com véus e seus rebentos a tiracolo.
Fãs de história podem dizer que estão indo à Síria para conhecer o lugar que, nos quatro séculos de dominação do Império Otomano (1516-1918), encerrava terras que hoje integram Líbano, Israel, Jordânia e a própria Síria.
D. PEDRO 2º
Uma história tão curiosa que até um ilustre personagem do Brasil chegou a fazer andanças por lá. Em 1876, o inveterado viajante D. Pedro 2º visitou a Síria.
Sua paixão é por religião? Além da mesquita Umayyad, há igrejas greco-ortodoxas em Damasco. Uma das cinco mais importante para os muçulmanos, também recebe cristãos interessados em ver o mausoléu com a cabeça de são João Batista.
Já as mulheres que gostam de viajar sozinhas podem responder que querem saber como é ir para um país árabe-muçulmano onde as turistas ocidentais costumam ser muito bem-recebidas.
Amantes da gastronomia também não têm dificuldade alguma em encontrar uma boa resposta. Pelo contrário: eles podem dizer que estão indo em busca de delícias.
À procura de sabores que, apesar de conhecidos por quem frequenta restaurantes árabes em cidades como São Paulo, tornam-se mais especiais se provados ali.
Aproveite para provar os kebabs, o babaganuche, o hummus, o shawarma... E saia pelos souks à procura dos temperos preparados com o zaatar.
Se preferir, não responda nada. Vá --e volte com uma infinidade de outras respostas convidativas na bagagem.

  Na Síria, comece no mercado e termine na cozinha

PRISCILA PASTRE-ROSSI
ENVIADA À SÍRIA

Consultar guias ou dar um "google" não ajudaram muito na programação dessa viagem à Síria. Os guias sobre o país, mesmo nas maiores livrarias, simplesmente não existem em São Paulo. O jeito é encomendar pela internet.

Priscila Pastre-Rossi/Folhapress
Restaurantes Opaline, em Damasco
Restaurantes Opaline, em Damasco

Quanto aos sites, eles ainda trazem poucas informações consistentes sobre o turismo nos países árabes.
Fuça daqui, fuça dali, e a reportagem foi parar no blog de Kezia Frayjo, 29, nascida em Del Rio (Texas), criada na cidade de Acuna (Coahuila, no México), e há seis meses morando em Damasco.
Sabendo da dificuldade de encontrar informações relevantes sobre a Síria e já apaixonada pela cultura local, ela começou a escrever o blog "Why so Syria?" (www.whysosyria.com).
Depois de ler os posts e trocar mensagens com a blogueira, ficou mais fácil decidir em que região ficar.
A dica, aprovada, foi se hospedar perto de Bab harki e Bab Touma, um bom ponto de partida para ir até as atrações da Cidade Velha.
O hotel recomendado foi o Beit Zaman, em Straight street. "Ele fica na única rua citada nominalmente na Bíblia", diz Frayjo. Destaque para o ótimo café da manhã.
Além da excelente localização, os quartos são muito aconchegantes. Duas ressalvas que não comprometeram a estadia: havia um pequeno vazamento na pia e, por vezes, era difícil regular a água quente do chuveiro.
E um detalhe importante: Na hora de ir embora, o atendente do hotel não só não chamou o táxi como não ajudou a levar as malas.

Saiba quais alimentos protegem contra efeitos do sol

Saiba quais alimentos protegem contra efeitos do sol
JEANINE LEMOS
DE SÃO PAULO
Folha de São Paulo


Além de usar protetor solar, dá para proteger a pele dos danos do sol escolhendo os alimentos certos.
A ingestão de vegetais ricos em betacaroteno, como brócolis, cenoura, pimentão e tomate, combate a ação dos radicais livres que é acelerada pelos raios UV.
O efeito vai desde um bronzeado duradouro até a redução da vermelhidão. Os benefícios da comida se tornam mais evidentes após um mês de consumo.
Outros aliados da pele são o chá-verde e o cacau, ricos em antioxidantes. O chá deve ser consumido com moderação, porque é diurético (acelera a perda de líquidos).
CARDÁPIO DE VERÃO


Rodrigo Capote/Folhapress
Saiba quais alimentos protegem a pele contra os efeitos do sol
Saiba quais alimentos protegem a pele contra os efeitos do sol
BRÓCOLIS
Rico em betacaroteno, seu consumo pode reduzir a vermelhidão da pele em até 40%. A porção ideal é 1 xícara de chá, 2 vezes por semana
CHOCOLATE AMARGO
Estimula a circulação do sangue, dá melhor textura à pele e reduz a vermelhidão. Dois quadradinhos, 3 vezes por semana, são suficientes
CENOURA
Para evitar excesso de betacaroteno e não ficar com as mãos cor de laranja, consuma até 3 colheres (sopa) de cenoura ralada, 3 vezes por semana
AGRIÃO
Um prato de sobremesa das folhas todos os dias reforça a quantidade de luteína no corpo. A substância protege contra os raios solares
MANGA
Três colheres (sopa) de manga picada, 2 vezes por semana, já são suficientes para reforçar as reservas de carotenoides
RECEITAS
Gazpacho
Restaurante Eñe

Rodrigo Capote/Folhapress
Gazpacho do Restaurante Eñe
Gazpacho do restaurante Eñe
INGREDIENTES
- 6 pimentões vermelhos
- 4 pimentões verdes
- 3 pepinos tipo japonês
- 2 tomates
- 1 cebola média
- 100 ml de azeite de oliva
- 100 ml de vinagre branco
- 80 ml de suco de limão
- Sal e pimenta
PREPARO
Retire a pele e as sementes de todos os pimentões. Separe meio pimentão de cada cor e corte em cubos bem pequenos. Reserve. Coloque os pimentões, a cebola, o tomate e o pepino sem pele em um liquidificador. Adicione metade do azeite, o vinagre e o suco de limão e bata tudo muito bem. Coe em um tecido fino. Tempere com sal e pimenta e o restante do azeite. Leve para a geladeira e sirva somente quando estiver bem gelado. Para finalizar, arrume os cubos de pimentão no centro do prato coma ajuda de um aro redondo, coloque alguns croutons e sirva.
RENDIMENTO
8 porções
TEMPO
20 min
Salada de camarão, manga e papaia
Restaurante Bankao

Mauro Holanda/Divulgação
Salada de camarão, manga e papaia do restaurante Bankao
Salada de camarão, manga e papaia do restaurante Bankao
INGREDIENTES
- 800 g de camarão cozido
- 2 mangas cortadas em cubos
- 2 papaias cortados em cubos
- 1 maço de folhas de hortelã rasgadas com as mãos
- 1 maço de folhas de coentro rasgadas comas mãos
Molho
- 12 colheres (sopa) de suco de limão
- 12 colheres (sopa) de nam pla (molho de peixe, encontrado em lojas de produtos orientais)
- 12 pimentas dedo-de-moça cortadas em cubos pequenos
PREPARO
Junte em uma tigela os camarões, a manga, o papaia, o hortelã, o coentro e o molho. Misture bem, para que o molho se fixe em tudo
RENDIMENTO
4 porções
TEMPO
30 min

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Conceito criado por Alain Ducasse remete ao ‘básico’


Conceito criado por Alain Ducasse remete ao ‘básico’

 
“Temos que voltar ao básico. Começar tudo de novo. Começar com o verdadeiro sabor e aromas originais. Permitir-lhes expressar plenamente sua vivacidade e sutileza. Dar de volta à técnica o seu real papel, seu único propósito - revelar os sabores da natureza”, define o renomado chef Alain Ducasse ao explicar o Essentiel, seu novo conceito.

A partir desta ideia, o chef modificou o cardápio do hotel Plaza Athénée, em Paris. “Esta é uma abordagem radical. É preciso coragem para produzir, ingenuamente, simples pratos de cozinha, cozinhando de maneira simples e elegante. Como um arquiteto que ignora a exuberância para alcançar a harmonia perfeita através de linhas austeras. Neste momento, o alimento adquiriu uma maior pureza (um produto, um enfeite), permitindo-lhe respirar e libertar o seu pleno sabor”, diz.

Entre as novidades, o chef destaca o Lagostim Tartare, temperado com sumo de limão, sal e pimenta. “A lagosta é um prato de muito prestígio, mas pode muito bem ser servida com batatas Noirmoutier com sabor sutil, temperado com o suco do marisco”, explica.

O profissional informa que no final do verão, o robalo será substituído pelo linguado, que permanece no cardápio até o final do inverno. No outono, as aves de caça irão aparecer no cardápio antes do veado ou javali. E, em cada estação do ano, haverá três pratos baseados na verdadeira culinária francesa como a lebre Picardy assada à La Royale ou cozida em recipiente de barro, aves de Bresse com Molho de Albufera, legumes fornecidos por Didier Pil, e trufas de Alba. “Gosto básico significa respeitar as estações e selecionar um produto somente quando ela está no seu melhor e que pode ser colhido sem comprometer as espécies ameaçadas”


 
Fonte:
http://www.revistahotelnews.com.br/2009/a_b_open.php?req_url=003&id_ab=260

Centro de apoio a cursos de hotelaria de todo o mundo é lançado


Centro de apoio a cursos de hotelaria de todo o mundo é lançado

A STR e a STR Global, juntamente com o International Council on Hotel, Restaurant & Institutional Education (ICHRIE), anunciaram a formação do Share Center (Supporting Hotel-related Academic Research and Education) com a missão de fornecer dados para a pesquisa acadêmica e materiais de treinamento abrangentes e relevantes para as salas de aula.


"O Share é um amadurecimento e formalização do compromisso da STR com a comunidade acadêmica", afirma Steve Hood, vice-presidente sênior de Pesquisa da STR e diretor do Centro. "Ele fornecerá grande apoio a todas as escolas de hotelaria e turismo no mundo. Estamos muito animados para trabalhar com educadores e chegar à próxima geração de líderes no setor de hospitalidade", completa.

(Redação)


Serviço

Fonte:
http://www.hoteliernews.com.br/HotelierNews/Hn.Site.4/NoticiasConteudo.aspx?Noticia=63254&Midia=1



Embrapa busca "superpeixe" nacional com melhoramento genético


Embrapa busca "superpeixe" nacional com melhoramento genético
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO



Pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e de outras 17 instituições de pesquisa iniciaram um mutirão para baratear a produção e popularizar o consumo de peixe e camarão no Brasil. Mais ou menos como foi feito com o frango, há 20 anos.

Batizado de Aquabrasil, o projeto está fazendo um amplo trabalho de melhoramento genético com as quatro espécies consideradas mais aptas e viáveis economicamente no país: tilápia, cachara, camarão-branco e tambaqui.

Antes de começar o processo de reprodução, cada animal é analisado. Os cientistas removem um pequeno pedaço da barbatana, que passa por um exame de DNA para determinar a composição genética do pescado.

Depois, os bichos com as características consideradas mais desejáveis são selecionados. Normalmente, há preferência por cruzamentos entre animais geneticamente mais distintos entre si.

Isso contribui para que os filhotes e futuros descendentes sejam mais resistentes a algumas doenças.

"Todas as culturas que têm grande aceitação no Brasil, como a soja, o milho e até o gado bovino, passaram por longos processos de melhoramento genético como esse", diz Emiko Resende, pesquisadora da Embrapa Pantanal que chefia o trabalho.

Embora pareça fácil, encontrar exemplares distantes geneticamente pode ser bem trabalhoso. Sobretudo no caso da cachara (Pseudoplatystoma reticulatum), um peixe de couro (sem escamas), com baixo teor de gordura e sem espinhas intramusculares.

"A cachara é como o salmão: tem identidade de origem. Toda a bacia hidrográfica do Pantanal tem a sua família. Por isso, é mais difícil e trabalhoso", disse Resende.

GORDINHOS

Em dois anos de existência, o projeto já conseguiu um resultado expressivo: diminuiu em até três meses o tempo necessário para que as tilápias cheguem ao peso ideal de abate.

A linhagem de tilápia (Oreochmoris niloticus) usada no Aquabrasil é oriunda da Malásia. Ela é conhecida como Gift (sigla em inglês para tilápia geneticamente melhorada para a criação) e já se adaptou bem ao país.

Antes, dependendo das condições climáticas e dos recursos de criação, a espécie demorava até seis meses para o ganho completo de peso.

"Quando conseguimos melhorar a espécie, as outras coisas caminham juntas. Se nós diminuímos o tempo de criação, o que se gasta com ração e outros cuidados também é reduzido. E isso é fundamental para baratear a produção", disse Resende.

E os produtores não precisam esperar muito. Após uma etapa de melhoramento ser concluída com sucesso, seus exemplares já são disponibilizados para criadores.

RAÇÃO VIP

Os cientistas trabalham para potencializar o ganho de peso. O objetivo é que cada geração melhorada de Gift seja 15% mais pesada. O projeto também está trabalhando no melhoramento das rações. Além de influírem diretamente no processo de engorda, se usadas incorretamente, elas também podem dar um gosto ruim à carne.

"Aquele gosto de barro que muitos peixes de criação têm é provocado principalmente pela ração que não foi totalmente absorvida e acabou sobrando na água", afirmou Resende.

Como um dos objetivos do projeto também é criar uma cadeia sustentável de produção, os pesquisadores estão investindo no aproveitamento total dos animais.

Depois de retirado o filé, são usadas máquinas especiais que conseguem separar o que sobra de carne das espinhas. Esse material é usado para fazer produtos com valor agregado, como kibes e hambúrgueres de peixe.

As vísceras podem virar ingredientes para ração ou material usado em adubo.

"Estamos trabalhando para levar essas técnicas ao produtor. Queremos que sejam aproveitadas tanto pelos grandes quanto pelos pequenos criadores", completa Emiko Resende.


Fonte:
Folha de São Paulo

Salmão pode ser primeiro animal transgênico aprovado para consumo humano


 
Salmão pode ser primeiro animal transgênico aprovado para consumo humano
DA FRANCE PRESSE


A agência regulamentadora de remédios e alimentos dos EUA, a FDA (Food and Drug Administration), se reúne durante dois dias, a partir desta segunda-feira, para analisar se aprova ou não a venda de peixes transgênicos no mercado. Eles se tornariam os primeiros animais geneticamente modificados a serem consumidos por humanos.

A FDA já dissse que o salmão, com crescimento duas vezes mais rápido do que a espécie convencional, é seguro como alimento.

A aprovação pode abrir precedente para o consumo de uma variedade de outros animais transgênicos, incluindo porcos que estão sendo desenvolvidos no Canadá ou gado que seja resistente à doença da vaca louca.



Se autorizado pelos EUA, consumo de salmão geneticamente modificado pode abrir precedente para outros animais

"O céu é o limite", diz um representante da Associação das Indústrias de Biotecnologia, Davids Edwards.

A empresa AquaBounty submeteu seu primeiro pedido de aprovação à FDA em 1995, mas a agência só decidiu considerar as consequências de animais geneticamente modificados -- uma decisão significativa segundo a indústria da biotecnologia --dois anos atrás.

A engenharia genética já é amplamente usada na agricultura, mas o governo norte-americano não havia considerado a permissão do consumo de animais até o momento.

OPOSIÇÃO

Embora os potenciais benefícios --e lucratividade-- sejam enormes, muitas pessoas se opõem à manipulação do código genético de criaturas vivas.

Os críticos têm duas preocupações: a segurança do alimento para os seres humanos e os efeitos no ambiente.

Como os peixes alterados nunca foram comidos antes, dizem, poderiam causar uma série de alergias, especialmente entre as pessoas cujo organismo não digere alimentos marinhos.

Há também a preocupação de que os peixes poderiam escapar e alterar a população de salmãos selvagens, que já estão em risco, ou poderiam crescer rapidamente e se alimentarem mais, em detrimento do salmão selvagem tradicional.

Um grande número de ambientalistas e grupos de consumidores argumentam que estudos adicionais são necessários, e que o atual processo de aprovação da FDA é inadequado, porque permite às companhias manter informações secretas.



Fonte:

Folha de São Paulo

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Buenos Aires atrai por gastronomia e compras, mas exige atenção


Igreja do Pilar, ao lado do cemitério onde está a tumba de Evita Perón, na Recoleta
Luisa Alcantara e Silva/Folhapress

Buenos Aires atrai por gastronomia e compras, mas exige atenção
LUISA ALCANTARA E SILVA
ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

Impulsionado pelo crescimento econômico de seu país e pela valorização do real, o brasileiro é o turista que mais vai a Buenos Aires.

Entre os visitantes estrangeiros, é também o que mais gasta --em média, cada brasileiro desembolsa R$ 238 por dia naquela cidade.

Nestas matérias sobre Buenos Aires, os preços estarão em reais, para que você tenha uma noção melhor do quanto gastará em viagem à capital portenha neste final de ano. Lembrando que o peso está em cerca de R$ 0,43.

E é exatamente à procura de boas compras que o brasileiro segue para lá. Tanto, que um dos maiores atrativos da capital portenha tem sotaque inglês. São os outlets --as lojas que vendem produtos de coleções anteriores a preços mais em conta.

Sim, comprar em Buenos Aires é bom, mas não vá pensando que encontrará ofertas tão boas quanto as que são oferecidas nos famosos outlets da Flórida (EUA).

Até por isso, o que mais chama a atenção dos turistas em Buenos Aires são os ótimos preços dos restaurantes. É possível comer muito bem gastando pouco.

Pesquisa da Secretaria de Turismo do Governo da Cidade de Buenos Aires (www.bue.gob.ar) confirma as impressões. Ela mostra que mais de 77% dos entrevistados destacam a gastronomia como a principal atividade. Fazer compras garantiu o segundo lugar.

Faltando pouco para o Natal e o Ano Novo, a metrópole de 3 milhões de habitantes vê turistas brasileiros pululando na rua Florida, no centro, nos shoppings e em Palermo.

PECHINCHE

A capital portenha não é o paraíso das compras que se alardeia. Um olhar crítico pelas lojas revela preços parecidos com os de São Paulo. Lá, as pechinchas são mais frequentes nos outlets de artigos de couro e de esporte.

"Achei que fosse encontrar coisas mais baratas em todas as lojas", disse a empresária brasileira Marta Meneghin, 48. "Mas nos outlets, sim, há ótimos preços."

Neste ano, de janeiro a outubro, foram a Buenos Aires 720 mil turistas brasileiros, que representaram 34% do total de viajantes no local. A previsão é fechar o ano com um milhão desses visitantes.

 
PROBLEMAS

Buenos Aires se orgulha de ter sido a mais rica da América Latina, mas passa dificuldades com a pobreza, que cresceu após a crise mundial de 2008.

Dados da CIA, a agência de inteligência do governo dos Estados Unidos, mostram que, em 2009, o desemprego no país atingia 8,7% da população. Dos 41,3 milhões de argentinos, 13,9% estariam abaixo da linha da pobreza.

Ali, não é raro ver lixo nas calçadas e pessoas dormindo nas praças. E, conforme aumenta a pobreza, aumenta a violência.

A pobreza também aparece no desleixo das autoridades com os prédios históricos. Centenários, muitos deles estão com a fachada carente de conservação, precisando de restauros.

Na imprensa internacional, jornais acompanham, na periferia da capital, confrontos entre moradores e ocupantes do parque Indoamericano (zona sul). Até anteontem, os distúrbios já haviam causado quatro mortes.


Fonte:

Folha de São Paulo

Turistas brasileiros são os que ficam mais tempo em Portugal, diz estudo


Turistas brasileiros são os que ficam mais tempo em Portugal, diz estudo
DE SÃO PAULO

O brasileiro é o turista estrangeiro que passa mais noites em Portugal, segundo estudo da empresa GfK para o Turismo de Portugal.

A pesquisa, feita em agosto deste ano, mostra que em média os brasileiros passaram 15,3 noites em Portugal, mais que o dobro dos espanhóis (7,6 noites, últimos no ranking de número de noites), segundo a Portugal Digital.

O estudo se baseou em mais de mil entrevistas e mostra que em média os turistas estrangeiros ficaram 10,4 noites no país. Do total de respondentes, 4% ficaram menos de quatro noites. Uma fatia de 13% ficou mais de 14 noites em Portugal.

Os respondentes brasileiros foram os que mais ficaram em casa de familiares e amigos: 49%. No geral, 53% dos turistas estrangeiros em Portugal ficaram num hotel ou pousada, 18% em apartamentos ou casas alugadas e 14% em casas de amigos ou família.

Fonte:
Folha de São Paulo

I Castrati


I Castrati
Thomaz Wood Jr.


A moderna mitologia corporativa celebra grandes líderes, mas esconde por trás da fachada seres impotentes a seguir com insegurança roteiros inviáveis

Um cantor castrato é um homem cujo peculiar timbre de voz foi produzido pela castração antes da puberdade. A castração inibe a produção de testosterona e impede o amadurecimento sexual. Tal condição, aliada ao treinamento, provê uma excepcional flexibilidade vocal.

O apogeu dos cantores castrati ocorreu no século XVIII, quando substituíram os papéis masculinos nas óperas e se tornaram grandes estrelas, adorados pelo público. A castração era tratada misteriosamente na Itália, mas estima-se que mais de 4 mil garotos eram castrados anualmente. Muitos deles vinham de lares pobres, sendo vistos por suas famílias como oportunidade para ascensão social. O reinado dos cantores castrati durou cerca de cem anos. No século XIX, sua fama decaiu e a castração para propósito musical tornou-se ilegal.

Um fenômeno similar, porém, nada musical, está agora ocorrendo nas corporações. Como esta coluna já comentou em outras ocasiões, o conceito de liderança sofreu mutações nos últimos cem anos. O primeiro personagem a representar o mito da liderança foi o grande empreendedor. Os grandes empreendedores criaram indústrias e fundaram bancos. Foram sucedidos, nos anos 1960, pelo gerente eficiente. Os gerentes eficientes marcaram a consolidação das grandes corporações, maximizando resultados e minimizando custos. Nos cintilantes anos 1980 e 1990, o gerente eficiente cedeu espaço ao executivo celebridade. Os executivos celebridades eram seres da ribalta, que almejavam a fama e sonhavam com suas fotos nas capas das revistas de negócios.

Agora, em muitas organizações, parece estar emergindo o líder castrato, um personagem de grande amplitude vocal, capaz de ter boa presença no palco, porém, sem testosterona. Ao contrário dos cantores castrati, eles (e elas) não sofreram violência física antes da puberdade, mas foram arduamente adestrados nas melhores escolas e nas maiores empresas. Eles (e elas) sofreram para chegar ao topo, e tiveram de cimentar seu caminho com favores, alianças e concessões.

Ao menos quatro fatores estão por detrás do fenômeno dos líderes castrati. Primeiro, o aumento do poder de influência de diversos grupos de interesse, como os sindicatos, os órgãos de defesa do consumidor, as associações de classe e as organizações sociais. Todos procuram interferir na realidade organizacional, resultando em um contexto que condiciona e limita a ação dos líderes castrati.

Segundo, as reestruturações e mudanças ocorridas nas últimas décadas. Com elas, as modernas corporações tornaram-se redes interconectadas, com centros de poder descentralizados. Nessas redes, o líder castrato não é o núcleo, mas apenas mais um “nó”, a mediar conflitos e interesses, e a tentar influenciar uma agenda na qual nem sempre tem voz ativa.

Terceiro, o aumento da dependência de fornecedores, subcontratados e parceiros comerciais. À medida que as empresas se concentram em certas atividades e terceirizam tudo que não lhes parece essencial ou charmoso, atribuem a terceiros grande poder de influência sobre os seus resultados e o seu destino.

Quarto, o contexto de escassez de recursos humanos. Com o crescimento econômico, combinado com a falta de quadros qualificados, as empresas têm cada vez menos liberdade para demitir incompetentes e atrair talentos. Assim, seus líderes castrati precisam se acomodar aos profissionais existentes, mesmo que queiram vê-los pelas costas.

Com isso, os novos líderes castrati tornaram-se operadores de redes inerciais e amorfas. Operar mudanças nestas redes é uma atividade temerária, de alto risco. Garantir a própria sobrevivência passa a ser a tarefa principal. É preciso manter os diferentes grupos de interesse satisfeitos, os funcionários contentes e o barco tranquilo. O líder castrato foca, acima de tudo, a qualidade de sua performance, na qual aperfeiçoa suas habilidades dramáticas e encanta plateias cativas. A falta de testosterona não o impede de criar uma imagem forte e arrojada.

O líder castrato não é necessariamente um mau líder. Na maior parte do tempo, as empresas precisam de timoneiros bem adestrados e disciplinados, atores conscientes de seu papel de adorno nos rituais corporativos. Porém, não se deve dele esperar ações decisivas, mudanças de curso ou brilhantismo em situações de crise. Afinal, não foi talhado para tais situações. E, infelizmente, não há como lhe devolver os atributos removidos ao longo de anos de vida corporativa. Para contextos mais difíceis, é aconselhável que as organizações mantenham um pequeno estoque de líderes non castrati. Eles estão saindo da moda, mas ainda podem ser úteis em situações de emergência.

Thomaz Wood Jr.

Thomaz Wood Jr. escreve sobre gestão e o mundo da administração. thomaz.wood@fgv.br

Fonte:
http://www.cartacapital.com.br/sociedade/i-castrati