quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Funcionários qualificados rendem bons dividendos



Achei este artigo muito interessante e recomendo a leitura. No momento tem muitos gestores que ainda pensam de forma negativa na questão de investir ou reter talentos. 
Investir em gente traz resultados para o negócio e contribui para o crescimento do País. Não há como uma empresa crescer sem uma liderança bem formada. 





Funcionários qualificados rendem bons dividendos 
Notícia publicada quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012 - 16h06 
Por Márcio Moraes* 





Enquanto muitos hotéis estão à procura incansável de profissionais qualificados, outros dispensam seus talentos com um único objetivo: atingir as metas de redução de custos. 

A conta é simples: dispensam profissionais com maior salário e contratam outros por uma menor remuneração, tão somente. O mais intrigante é que essa prática, até então comum entre os hotéis independentes, atualmente é percebida com maior frequência em algumas redes hoteleiras. A cada dia empresários de renome da hotelaria brasileira apostam nisso: cortar gastos. 

Eles acreditam que estão corretos, contudo, não estão. Essas empresas estão colocando ingredientes equivocados na balança. Trocam o curto prazo pela estratégia. Explico-me melhor. Para estes administradores, as metas financeiras em curto prazo estão acima da visão estratégica - que seria visar o crescimento e a maior rentabilidade mantendo a qualidade dos serviços. 

Tal atitude equivocada promove gestores liderados pela pressão dos números, preocupados tão somente com status do cargo. Alguns chegam a assumir qualquer postura em busca de resultados, ao ponto de proporcionar ambientes nada nutritivos. Ambiciosos, centralizadores (ou mantém uma relação com extrema condescendência com a equipe), eles esquecem as pessoas, negligenciam a qualidade dos serviços, assumem prazos e metas sem avaliar a possibilidade de cumpri-las. Como resultado, desenvolvem equipes fragilizadas pela tensão, ocasionando a desmotivação e a falta de compromisso com a ética. Por isso, peço atenção: os fins não justificam os meios. Ainda mais quando o fim (cortar gastos) promove um ambiente nocivo e nada produtivo. 

A falsa sensação de segurança oferecida pela supervalorização dos números não é compartilhada pelas empresas que sabem que nem tudo pode ser quantificado. Tais corporações reconhecem que o mundo dos negócios exige conquistas que envolvem a administração da pressão por resultados. O que passa pela gerência de pessoas, pelo planejamento em longo prazo, pela inovação dos processos e também por atrair profissionais qualificados. E mais importante de tudo isso é cuidar da saúde mental dos profissionais, todos, e formar equipes que saibam trabalhar colaborativamente. Para tanto, líderes que saibam administrar conflitos, entendam as diferenças individuais e percebam o contexto administrativo em todos os níveis macro e micro são investimento. 

Portanto, empresários reflitam, pensem em Gestão de Custos. Bem diferente de radicalmente cortar gastos, a Gestão de Custos tem como princípio diminuir os custos e elevar a produtividade. No arsenal de métodos, as empresas utilizam, por exemplo, a implantação de políticas de melhoria contínua a qual visa a eliminação de desperdício, com objetividade, de forma direcionada e consciente das implicações. Por ironia, tal conceito necessita de profissionais qualificados tanto na liderança como na execução. 

Em médio e longo prazos os resultados aparecem com "temperos" diferentes do outro modelo, bem mais duradouros e que ainda carregam o caráter humano muito forte: talento reconhecido é talento satisfeito profissionalmente, respaldado pelos seus verdadeiros potenciais. 

E os resultados financeiros? Você está se perguntando com certeza. Quando utilizada a boa visão estratégica, impulsionam-se os ganhos. Sugiro rever uma pesquisa da revista Você SA/Exame (setembro de 2011) sobre As Melhores Empresas pra Você Trabalhar. Por lá, diz-se que as empresas que têm um time mais qualificado, pagam mais e mantêm os talentos, possuem uma rentabilidade sobre o patrimônio superior em quatro pontos percentuais. A pesquisa complementa: investir em gente traz resultados para o negócio - e contribui para o crescimento do País. 

Não há como uma empresa crescer sem lideranças competentes. São necessários profissionais qualificados que sirvam como referenciais para aqueles que chegam e para outros na fase de desenvolvimento, ambos sentem a necessidade de "espelhos" para progredir. 

Colocando na ponta do lápis, investir na qualificação traz resultados promissores para ambas as partes. Evidente que gestores atualizados enfrentam com maior facilidade as mudanças conjunturais e respondem com eficácia à evolução tecnológica promovida nos últimos anos nas empresas hoteleiras. Como consequência, há melhora na produtividade das empresas e, assim, as vantagens competitivas aumentam. Para os profissionais significa maior poder de empregabilidade. Qualificação rende bons dividendos. Experimente! 


* Márcio Moraes é gerente de Planejamento de Carreira da QI Profissional. 



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